Capri é uma ilha Italiana situada no Golfo de Nápoles, rodeada pelo mar Tirreno ❤ e tem
cerca de 10Km2. É composta por dois municípios, Capri e Anacapri e tem dois portos Marina Piccola e Marina Grande.
Foi descoberta no ano 29 a.c. pelo imperador Augusto, primeiro imperador Romano, quando voltava do Oriente e diz-se que foi amor à primeira vista (como o compreendo). Mas foi o seu sucessor o imperador Tibério que tornou a ilha conhecida, construíndo várias villas. Após a queda do império Romano a ilha passou para o domínio de Nápoles e foi várias vezes saqueada. Só já perto dos nossos dias se tornou refúgio de escritores e celebridades, entre elas Jacqueline Kennedy Onassis, que era frequentadora assídua.
Hoje em dia, continua a ser uma ilha muito charmosa, requintada, florida e bem cheirosa. Parece que há sempre um agradável aroma no ar. Continua a ser frequentada por celebridades e “jetset” internacional que contribui para a sua aura glamourosa.
A minha história (de amor) com Capri começou há uns bons anos atrás numa viagem em família, os meus pais comemoravam 25 anos de casamento, fomos passar uns dias a Roma e exactamente no dia em que comemoravam o aniversário, fomos numa daquelas viagens tipo “bate-volta” a Capri.
Devo dizer que a ilha nunca mais me saiu de cabeça, honestamente não sei dizer racionalmente o porquê, isto é, agora sei, porque já lá passei, por mais que uma vez ,vários dias seguidos e já tenho efectivamente o conhecimento do sítio necessário para tal. Mas nessa viagem, chegámos antes da hora do almoço, almoçámos, demos um pequeno passeio e voltámos antes da hora do jantar… mas houve um click, e dizem que os amores não precisam de explicação…
Digamos que esse amor foi consumado numa outra viagem, desta vez a Roma, e a dois, em que combinámos com uns dias a Capri. E gostámos tanto que voltámos no ano seguinte, só para Capri.
Em Capri os dias passam sem pressa e sem grande azáfama, passeia-se sem destino, come-se muito bem, frequentamos os beachclubs e faz-se compras – caso se deseje e a carteira assim o permita.
Após o pequeno almoço, sugiro um passeio até à Piazzeta para o primeiro café do dia, se for relativamente cedo não se apanham os muitos turistas dos cruzeiros que se deslocam à ilha e que andam em grandes grupos. Depois o ideal é escolher um Beachclub para passar o dia. Capri não tem praia de areia e tem umas micropraias de pedrinhas, o melhor mesmo é alugar um barco ou ir para um dos vários beachclub que há ao redor da ilha.
O meu preferido é sem dúvida o Fontelina, diria que é o sítio para se estar em Capri! É um ambiente giro, o sítio é LINDO com uma vista maravilhosa. O beachclub é um espaço em cima das rochas que foi adaptado de forma a se conseguir colocar cadeiras e chapéus.
Tudo é bonito neste sítio, as cadeiras e colchões brancos e os seus inconfundíveis chapéus de sol de madeira com lona às riscas azuis e brancas. Tem umas escadas de acesso ao mar… a um mar ligeiramente batido mas de água quente e transparente e posso seguramente afirmar que os melhores mergulhos e banhos de mar da minha vida foram no Fontelina e olhem que sou tenho um vasto e conhecedor curriculum de praias. Depois há o restaurante e o que dizer do restaurante… só a vista e ambiente já valem a pena, mas a cereja no topo do bolo é o facto da comida ser óptima.
Claro que tudo isto se paga, não se pode dizer que seja barato que não é, mas garanto que vale cada euro!
Ao fim do dia existe um barco que nos transporta do Fontelina para a Marina Picola, há também a alternativa de fazer a subida a pé… mas depois de um dia em modo relax total, a mim, a última coisa que me apetece é enfrentar centenas de degraus!
Na Marina Picola há autocarros ou taxis para a Piazeta que a essa hora se enche e é onde tudo acontece em Capri e a este tudo refiro-me a pouco mais que ver e ser visto. Uma actividade fútil, mas um fútil em bom! E dias não são dias!!
Vale ainda a pena, ao fim do dia, andar pela Via Vittoria Emanuele e pela Via Camerelle , e comer um gelado na geladeira Buonacuore, onde a bolacha do cone do gelado é feita na hora e vem para a nossa mão ainda quente!! Indescritível de bom!
Uma outra alternativa é tomar um aperitivo na esplanada do Hotel Quisisana, a ver quem passa e ver a vida de fim de dia.
Como em Capri é perfeitamente possível jantar às 11:00/11:30 da noite, há mais que tempo para depois ainda ir descansar ao hotel e só depois arranjarmos-nos para sair. E aqui chamo a atenção para o termo “arranjar para sair”, pois é uma atividade levada muito muito a sério em Capri. Os restaurantes e bares estão cheios de pessoas bonitas e “bem” arranjadas, por muito que alguém não leve isso a sério, acho impossível não nos sentirmos deslocados em Capri se não o fizermos. Capri e os seus restaurantes mais conhecidos são verdadeiras passarelles.
Restaurantes que experimentei e recomendo:
Da Paolino – um restaurante em que as mesas ficam debaixo de muitos limoeiros, comida absolutamente divinal, ambiente ao melhor estilo de Capri. Dois conselhos: guardem espaço para as sobremesas, há um buffet ao qual é muito difícil resistir, e não se enganem a escolher o vinho… uma distracção pode levar à ruína… foi a carta de vinhos que me passou pelas mãos com vinhos mais caros e quando digo caros digo muito mas mesmo muito caros, obscenamente caros! Lembro-me de pensarmos… não nos podemos enganar a apontar a linha ao empregado…
Faraglioni – Fica no fim da Via Camarelle e é muito romântico e tranquilo. Recomendo as mesas nas palhotas e não deixem de experimentar o risotto…
D´Amore – Vista linda para a Marina grande. Comida muito boa e preços aceitáveis para o padrão de Capri.
La Fontelina – Não há muito a dizer, é tudo bom. A comida, o ambiente, o atendimento, a vista…TUDO! Adoro de paixão, não gosto muito de catalogar os sítios, mas sem dúvida um dos meus sítios preferidos no mundo que já tive a oportunidade de conheçer.
Da Luigi al faraglioni – Também é um beachclub. Não tem o mesmo ambiente do Fontelina, mas a vista também é maravilhosa, a comida excelente e os preços um pouco mais baixos.
Al Grotino – um restaurante muito acolhedor e comida excelente no centro de Capri, numa rua que não terá mais de 1 metro e meio de largura (outra passerelle)!
Restaurantes que por um motivo ou outro não fui, mas que quero muito ir quando lá voltar:
Aurora – considerado um dos melhores de Capri, todo o jetset vai lá parar. Reserva com antecedência mais que obrigatória. Dois anos seguidos não conseguimos lá ir por termos repetidamente cometido o erro de não reservarmos ainda em Portugal.
Villa verde
Lido del faro
La cancione del mar
Hotéis:
Aqui a escolha é grande, embora a variedade de preços seja muito escassa em termos de preços baixos. Capri não está direccionada para turismo com pouco poder de compra, é um facto e há que dizê-lo.
Não é difícil encontrar hotéis com quartos com vistas de cortar a respiração, mas vistas essas que se pagam e muito bem.
Há vários hotéis lindíssimos em Capri que adoraria experimentar, mas o que nos custaria lá ficar paga talvez mais duas viagens para o hotel que ficámos das duas vezes que lá ficámos e portanto a escolha fica à partida feita…
O hotel que fiquei foi o Hotel Della Piccola Marina, se reservado com alguma antecedência tem preços aceitáveis, o que não significa baixos, para o padrão de Capri. Está muito bem localizado, perto da Piazeta mas suficientemente distante da confusão e é muito simpático, muito tranquilo e uma decoração despretensiosa mas bonita.
O que comprar:
Pois… podia dizer o que a carteira permitir! Mas mesmo que não se queira arruinar o orçamento, há pequenas lembranças que se podem trazer. Em Capri tudo gira em torno do limão e por isso desde sabonetes, licor – o famoso Limoncello, pequenos artigos decorativos.
Como ir:
Chegar a Capri leva o seu tempo, mas vale a pena, garanto-vos.
Temos optado pela Tap para ir de Lisboa a Roma, no aeroporto de Fiumicino apanhamos um comboio até à estação Termini, este comboio demora cerca de 20/30min e custa sem me lembro bem cerca de 10€. Em Roma, precisamente na estação Termini, apanhamos o comboio de alta velocidade para Nápoles. Este percurso é feito em 1 hora e pouco e é muito confortável, os preços dos bilhetes dependem muito da antecedência com que se compra.
Na estação de Nápoles apanhamos um taxi para o porto e chegados ao porto é apanhar o barco mais próximo. Há duas companhias a fazer o trajecto, a SNAV e a NLG, mas atenção pois o último barco mesmo no período do Verão não é muito depois das 20:00, agora não sei precisar bem, mas sei que houve um ano em que quis conjugar tudo e mais alguma coisa e planei os horários de forma a chegar a Roma e ter tempo para ir almoçar a um restaurante que queria muito conhecer, deixo aqui a dica – Dal Bolognese – a melhor bolonhesa da vida com vista para a Piaza del Poppolo.
Correu tudo bem, mas por uma questão de minutos perdemos um barco e tivemos que esperar pelo último barco do dia e a essa hora a frequência diminui, sei que ainda esperámos mais de 1 hora.
Chegados a Capri, à Marina Grande ainda falta apanhar o taxi para o hotel! E que taxis…
Mas garanto-vos que lá chegados esquecemos todo e qualquer cansaço da viagem! Oh se esquecemos!!
O ano passado não fui a Capri, fui a outra ilha Italiana diferente mas igualmente especial que foi Panarea, da qual conto vir aqui falar em breve.
Este verão, com muita pena minha, não vou para nenhuma das duas, nem para nenhum destino deste género, mas é por um motivo maior e para o próximo ano vingo-me, já ando com umas ideias!
Boas viagens e obrigada por lerem!